quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

FOTOS TRILHA DO PEBA - PEAMP - PARQUE ESTADUAL ALTAMIRO DE MOURA PACHECO
















OUTRO OLHAR SOBRE O ECOTURISMO

RESUMO
O Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, um dos propulsores do ecoturismo e da inclusão social, localizado nos municípios de Goianápolis, Goiânia, Nerópolis e Terezópolis de Goiás, foi criado para proteger um dos últimos vestígios da vegetação caracterizada como mata – seca (remanescentes da Mata Atlântica) no estado de Goiás, representa para o ecossistema local, com fundamental importância, tanto para os recursos hídricos, como para a fauna e flora desta região que se localiza, e como diferencial das demais Unidades de Conservação do Brasil, que se tenha registro. O parque possui a “Trilha Peba” especifica para Portadores de Necessidades Visuais, mostrado a preocupação com esse segmento, proporcionando o direito deste público, onde que suas necessidades sejam sanadas as proporcionando a Acessibilidade e a Inclusão Social.

ABSTRACT
The State Park Altamiro of Moura Pacheco, one of the propellers of the ecoturismo and of the social inclusion, located in the municipal districts of Goianápolis, Goiânia, Nerópolis and Terezópolis of Goiás, was created to protect one of the last vestiges of the vegetation characterized as Forest - it droughts (remainders of the Atlantic forest) in the state of Goiás, it represents for the local ecosystem, with fundamental importance, so much for the resources hídricos, as for the fauna and flora of this area that it is located and as differentiate of the other Units of Conservation of Brazil, that registration is had. The park possesses the " Trilha Peba " it specifies for Bearers of Visual Needs, shown the concern with that segment, providing this public's right, where that your needs are heal them providing the Accessibility and the Social Inclusion.

O ecoturismo é tal que em todo o mundo surgiram destinos ecoturísticos, que oferecem atividades e projetos relacionados com a interação homem-natureza. Embora exista uma clara diferença entre o turismo de natureza e o ecoturismo, o uso indiscriminado dos conceitos tem levado muitas pessoas confundir atividades turísticas convencionais com o ecoturismo. O ecoturismo como prática social e econômica, que pretende um manejo sustentável dos recursos naturais e melhorar a qualidade de vida das populações receptoras, ainda é incipiente. Seu desenvolvimento e expansão contrapõe-se à lógica do mercado e à racionalidade econômica que prevalece entre os grandes monopólios que controlam ao ecoturismo ressurge como uma atividade econômica do mundo moderno, que pode degradar, mas que pode também, ser forma de conservação ambiental, depende da forma como for implementado. Daí, ser natureza e com responsabilidade social.
Os homens apreciam a natureza há muito tempo: a beleza da paisagem, o silêncio, as cores das aves, a observação de pássaros. Isso não é uma novidade, bem como a observação dos animais em seu mundo natural. Percorrer trilhas é prática antiga. Na realidade, o que distingue esse conjunto de atividades, que eram praticas antigamente, das que são encontradas hoje, é seu papel econômico, a transformação de uma atividade que tinha valor de uso, para um valor de troca (CORIOLANO, 2002).
A relação do turismo com a natureza é permanente, pois ela é sua atração principal. Essa relação, no entanto, tem de ser profundamente planejada e organizada nos diferentes destinos turísticos. Há necessidade de aumentar a educação do turista no que diz respeito à compreensão da necessidade de preservar os ambientes naturais.
O Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco é um exemplo da proteção da biodiversidade no estado, de ser fragmentado por uma rodovia, é uma das poucas áreas contínuas de mata do tipo Mato Grosso Goiano. Criado em 03 de julho de 1992, o Parque Altamiro de Moura Pacheco possui uma área de 3.183 hectares é uma unidade de conservação estadual de proteção integral que foi criado como objetivo de proteger um dos últimos vestígios da vegetação caracterizada como mata - seca (remanescentes de Mata Atlântica) no Estado de Goiás.
O Parque está localizado às margens da BR – 060/153, a 22Km de Goiânia e 25Km de Anápolis englobando áreas dos municípios de Goianápolis, Goiânia, Nerópolis e Terezópolis de Goiás.
A defesa da cidadania e do direito à inclusão social das pessoas portadoras de necessidades especiais é atitude muito recente em nossa sociedade. Manifestando-se através de medidas isoladas, de indivíduos ou grupos, a conquista e o reconhecimento de alguns direitos dos portadores de deficiências podem ser identificados como elementos integrantes de políticas sociais.
Dentro da filosofia em que se fundamentam os direitos humanos, é evidente que todos devem ter as mesmas oportunidades de aprender e de desenvolver suas capacidades, para, assim, alcançar a independência social e econômica, bem como poder integrar-se plenamente na vida comunitária. Falamos de uma inovação, de uma sociedade que se percebe heterogênea e que permite que apareçam as diferenças. A inclusão se concretiza, portanto, quando existe uma mudança na forma de tratar e de educar as pessoas, respeitando-lhes as diferenças e a nossa singularidade como indivíduos de uma mesma espécie.
O Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco tem em suas dependência a Trilha Peba, a única com o gênero no país, com o propósito de estar efetuando a acessibilidade e a inclusão social das pessoas Portadoras de Necessidades Visual, sendo ela totalmente adaptada com corda guia na lateral direita, e durante seu percurso contém “nós” na corda informando aos Portadores de Necessidades Visuais, uma placa informativa de uma leitura em Braille e escrita para o Portador de Baixa Visão, informando que ali contém espécies nativas da flora catalogadas, com seu nome cientifico e comum, e coloca também suas características, tendo a trilha num total de 800 metros. O portador que esta efetuando o percurso da trilha peba, esta praticando o ecoturismo em um ambiente natural, sendo seu percurso adaptado aos portadores com certa limpeza de obstáculos que podem estar ocorrendo acidentes com os cegos e demais portadores que utilizam à trilha.

Autor: Sávio Vieira Ramos – savio217@hotmail.com
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Referências Bibliográficas
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

CARACTERISTICAS DO TURISMO NO VALE DO RIO ARAGUAIA

EXPEDIÇÃO COUTO DE MAGALHÃES
2007
RIO ARAGUAIA
Sávio Vieira Ramos
RESUMO

Durante a Expedição Couto de Magalhães a pesquisa realizada, tendo como referencial o perfil, percepção e motivação dos turistas que freqüentam o Rio Araguaia durante o mês de julho de 2007, registrando o impacto que o fluxo de turistas proporciona ao rio e nas comunidades ribeirinhas e as suas necessidades de infra-estrutura, o que representa, para os gestores do turismo e dos recursos naturais e hídricos da região, para proprietários de estabelecimentos de hoteleiros bares e restaurantes e para as instituições de ensino e pesquisa, uma poderosa ferramenta de estudo e orientação de atividades e ações futuras. A realização pesquisa representa um importante intercâmbio científico e conseqüente aperfeiçoamento dos pesquisadores de turismo e meio ambiente no que se relaciona ao desenvolvimento sustentável da bacia do Rio Araguaia em Goiás e Mato Grosso.

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento sustentável, planejamento turístico, turismo ambiental, ecoturismo.

INTRODUÇÃO

A relação do ser humano com a natureza e uma necessidade mundial e inclui todos os ecossistemas brasileiros, mas particularmente na região do Cerrado na Bacia do Rio Araguaia. Apresentar a preservação ambiental aliado ao desenvolvimento sustentável, colocar o papel das pessoas no processo de mudança de hábitos culturais usados em relação ao Rio Araguaia e à sociedade, possibilitam uma reflexão sobre a sustentabilidade do turismo, bem como a participação da iniciativa privada e publica nas campanhas educativas.
A Expedição Couto de Magalhães desenvolvida através da realização do Governo do Estado de Goiás, Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), Agência Goiana do Meio Ambiente (AGMA), com o apoio da Universidade Federal do Estado de Goiás (UFG), Instituto Brasileiro de Recursos Renováveis (IBAMA), Centro de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios (RAN), Programa de Revitalização da Bacia Tocantins Araguaia (PROTAR), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Neotrópica. Vem com o propósito de gerar informações, sendo esses dados que irão subsidiar decisões e medidas para a preservação, recuperação, comparação e desenvolvimento no Rio Araguaia.
As atividades turísticas, entendidas não somente como atividade econômica, mas como prática social complexa e multifacetada, implica essencialmente o deslocamento de pessoas e a relação dessas pessoas entre si, com a comunidade e com o lugar visitado. Neste sentido, em meio a todos os fluxos de serviços inerentes à atividade turística: viagens, transportes, hospedagens, gastronomia, publicidade etc, não podemos desconsiderar a dimensão das relações humanas as quais constituem o fazer turístico.
E importante relatar sobre a expansão da industria turística, que as maiores taxas de crescimento ficam por conta do segmento turístico conhecido como genericamente sob a expressão do ecoturismo, o qual se refere a uma multiplicidade de praticas vivenciadas em ambientes naturais. Como observa Serrano (1997), o crescimento dessas modalidades vinculado à aspiração de uma espécie de retorno a natureza, afirma ainda mais sua importância como fenômeno social ao ser considerado em conjunto com outros sinais de busca dessa natureza, também associados ao universo mental das praticas do ecoturismo: expansão das medicinas alternativas, dos esportes praticados em ambientes naturais, da alimentação natural e do ambientalismo, somente para citar alguns exemplos. Tendo uma atenção para a necessidade de não negligenciar os impactos sociais e naturais decorrentes do desenvolvimento do ecoturismo, mesmo considerando a retórica do baixo impacto, centrada na imagem vinculada pelo seu marketing de indústria limpa.
O discurso do desenvolvimento sustentável esta explicito na própria definição oficial do ecoturismo pela EMBRATUR, que o considera como:
Um segmento da atividade turística que utiliza de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas (Brasil, 1994: 19).
O conceito de desenvolvimento sustentável, atrelado a noção de ecodesenvolvimento, tem sua principal referencia no relatório Nosso Futuro Comum, o qual foi elaborado pela Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1987.
O turismo sustentável, outra denominação que traduz a noção de ecoturismo, teria seu apoio nos princípios do uso sustentável dos recursos naturais, da preservação da diversidade natural e cultural, do beneficio e integração das comunidades locais etc.
Por se tratar de uma região turística, o Rio Araguaia está incluído em um projeto do Ministério do Turismo, que realiza em todos os estados brasileiros para a definição das regiões turísticas prioritárias. Inicialmente, o Estado de Goiás foi subdividido, por este projeto, em nove regiões turísticas denominadas pela Agência Goiana de Turismo (AGETUR), que são: Regiões das Águas, Agro-ecológica, Engenhos, Nascentes do Oeste, Negócios, Ouro, Reserva da Biosfera Goyaz, Vale da Serra da Mesa e Vale do Araguaia. Em Goiás, foram identificadas cinco regiões turísticas prioritárias, que já possuem produtos turísticos estruturados, necessitando de promoção e apoio à comercialização. São elas: Região das Águas, dos Negócios, do Ouro, da Reserva da Biosfera Goyaz e Vale do Araguaia.
Em sua segunda edição a Expedição Couto de Magalhães, tendo a primeira sida realizada em 2004. O objetivo da pesquisa está voltado para a identificação do perfil, motivação e percepção do turista quanto aos atrativos, sendo este o resultado apresentado para analise geral dos dados coletados, a reflexão do impacto das atividades turísticas no Vale do Araguaia.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi utilizando como instrumento metodológico para coleta de informações dos acampamentos por questionário estruturado para uma amostragem inicialmente prevista em cinqüenta acampamentos, reduzida em razão de dificuldades operacionais para trinta, objetivou-se caracterizar o perfil, motivação e percepção dos turistas que freqüentam o Vale do Araguaia.
A pesquisa do tipo survey aplica-se a uma unidade de análise e, no caso específico da Características do Turismo no Rio Araguaia, esta unidade de análise define o objeto de pesquisa - a Região do Vale do Araguaia. Ela foi definida como não-probabilística por duas razões:

· Uma amostragem probabilística seria mais dispendiosa;

· Pesquisas, anteriormente desenvolvidas na Região do Vale do Araguaia, empregaram esta técnica, pela Agência Goiana de Turismo (AGETUR) e pela Expedição Couto de Magalhães. Assim, os resultados do presente trabalho permitem diálogos com os trabalhos anteriores, permitindo a construção de séries de análise sobre o turismo na região, que poderá servir de orientação a políticas para o setor turístico e para a região do Araguaia.

A técnica de survey, é freqüentemente utilizada para enunciados descritivos de populações, portanto, perfeitamente aplicável à caracterização de turistas do Araguaia, permitindo asserções explicativas sobre os vários tipos de turismo praticado nessa região. Explicar significa uma análise multivariada, o que só pode ser realizado com o exame simultâneo de duas ou mais variáveis. Portanto, a técnica escolhida para esta pesquisa foi a de survey interseccional, freqüentemente utilizado para descrever e determinar relações entre variáveis na época de estudo. Além disso, procurou-se aliar o survey interseccional a um tipo de estudo denominado amostras paralelas, uma vez que as amostras foram levantadas paralelamente em diversas localidades ribeirinhas ou unidades de análise, permitindo uma avaliação comparativa, além do levantamento total da região do Araguaia.
O profissional de turismo esteve a bordo do barco que desceu o Rio Araguaia, da Barra do rio Claro próximo ao Travessão do Ouro Fino até Luis Alves, trabalhando simultaneamente a coleta de informações e registros e a orientação aos turistas encontrados no percurso.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Pesquisas, anteriormente desenvolvidas na Região do Vale do Araguaia, pela Agência Goiana de Turismo (AGETUR) e pela Expedição Couto de Magalhães nós anos de 2000, 2001, 2002, 2004 e 2007, sendo nós de 2000 a 2002 feitos as pesquisas no foco de amostragem por pessoa e nós de 2004 e 2007 amostragem feita através de grupos, sendo todas as pesquisas realizadas no mês de julho na segunda quinzena do mês.

Cocalinho, Aruanã, Itacaiu, Britãnia, Bandeirantes, Barra do Rio Claro, Luiz Alves – 2007

Os questionários, registrados durante a Expedição Couto de Magalhães estão apresentados segundo os objetivos especificados. Dessa forma, inicialmente estão caracterizados os turistas, segundo seu perfil sócio-econômico, em seguida são apresentados os resultados da motivação da viagem e da forma organizacional dos acampamentos. As relações de uso dos serviços oferecidos na região e a infra-estrutura dos acampamentos constituem as análises do presente estudo.
Foram entrevistados 30 turistas, cada um deles representando um acampamento específico. Foi dada prioridade em entrevistar o coordenador do acampamento, uma vez que este detém informações específicas de seu acampamento.
Do total de entrevistados, 53% originam-se de Goiânia, principal núcleo emissor de turistas para o Araguaia. Do total de 30 turistas entrevistados, 63% são do sexo masculino e apenas 37% do sexo feminino. A grande concentração de homens nas respostas retrata a posição de chefia atribuída a este sexo na organização dos acampamentos.
Dividindo-se por faixa etária observa-se, que a maior concentração de turistas está numa faixa etária adulta - de 20 - 39 anos - com 19% dos entrevistados concentrados nesta faixa. Quanto ao nível de escolaridade, verifica-se pela Figura 5 que a maior parcela completou o Ensino Médio (35%), havendo ainda 34% dos entrevistados com Curso Superior.
No critério ocupação pode-se afirmar que 19% dos entrevistados são funcionários de empresas privadas, 17% são empregados mo serviço público, 16% são estudantes e outros 13% declararam serem donas de casa.
Quanto à renda pessoal declarada pelos entrevistados, verifica-se pela Figura 6 uma grande concentração nas faixas intermediárias de renda, já que 21% das respostas concentram-se entre R$ 721,00 e R$ 1.200,00, outros 22% encontram-se entre R$ 1.201,00 e R$ 2.400,00, sendo 23% dos pesquisados declarassem possuir renda entre R$ 2.401,00 e R$ 4.800,00.
Na sua esmagadora maioria, os turistas freqüentes ao Araguaia no período pesquisado o fazem em companhia de familiares com 49%, e com os amigos 44%. Esses grupos decidem por influencia de informações de amigos e parentes.
Viajando em grupos compostos por 4 a 7 pessoas são 7%, de 8 a 11 pessoas são 17% em sua grande maioria são acima de 12 pessoas totalizando 76%. São grupos que chegam ao local de acampamento utilizando-se de carro próprio.
Indagados sobre valores gastos em média por dia por cada grupo, verifica-se que os turistas têm um comportamento uniforme ao longo do rio, concentrando-se acima de R$ 200,00 com 50% do, embora haja uma razoável concentração de gasto médio nas faixas de R$ 100,00 a R$ 150,00 com 17% e nos valores de R$ 150,00 a 200,00 com 20%.
A questão tempo de permanência no acampamento, respondida entre 8 a 15 dias com 54% e com superior a 15 dias por 33% dos entrevistados.
Os turistas que já freqüentam o Araguaia acima de 20 anos representam sua maioria com 46% como mostra a figura 13. Perguntamos também se eles visitam o Araguaia fora da temporada e quantas vezes isso ocorre.
Durante essa temporada que os turistas desenvolvem preferencialmente atividades de descanso e relaxar (20%), caminhadas pelas praias (20%), Atividades náuticas (20%), aproveitar o rio (20%) ou simplesmente apreciar a natureza (20%).
A motivação da viagem foi a turismo conforme perguntado a todos os turistas (100%), e a escolha por de acampamento também foi unanimidade entre os turistas, tanto que muitos dos entrevistados optaram por acampar, mesmo possuindo casas de veraneio nas margem do rio Araguaia e afluentes. É grande, também, a influência de vias de acesso facilitadoras na escolha do local de acampamento, assim como de pontos de apoio em terra, caracterizados por cidades, condomínios de chácaras e fazendas próprias ou de conhecidos na escolha do local de acampamento, facilitando a montagem do acampamento e o desembarque do material trazido pelos acampados. Assim, não é de causar estranheza o fato de que 37% dos entrevistados declararam que o acesso ao município em que se baseiam e Regular e 61% Bom, embora sua avaliação acerca da sinalização existente nas rodovias que dão acesso aos municípios visitados concentre-se entre os conceitos Bom 62% e Regular 28%. É oportuno lembrar que, por serem habituais na região, os turistas já conhecem o caminho, não sendo de grande relevância, para eles, a sinalização rodoviária.
Entretanto, quando a avaliação da sinalização diz respeito à área urbana do município, a percepção dos turistas é pior: 60% destes consideram a sinalização regular e outros 23% avaliam-na como Bom. Muitos destes entrevistados queixaram-se da inexistência de placas indicativas de acesso a ruas, pontos turísticos locais ou mesmo aos portos e áreas de estacionamento, dificultando sua locomoção pelas cidades.
A avaliação dos turistas sobre o acesso aos atrativos, basicamente as praias do Araguaia, concentra-se nas respostas bom e regular. Por sua vez, a sinalização de acesso aos atrativos foi avaliada como Regular (60%), Bom (23%). Estes turistas, embora habituais, sentem-se inseguros em reencontrar o caminho de acesso às praias específicas de seu acampamento um ano após sua última estada, perdendo-se muitas vezes no emaranhado de trilhas que se bifurcam das estradas para acesso ao rio. A sinalização dentro dos atrativos foi considerada Regular (45%), Bom (55%) pela grande maioria dos entrevistados, que declararam ser ela inexistente. Muitos turistas alegam ser de extrema relevância a fixação de placas orientadoras de comportamento, cuidados ambientais e de segurança que devem ser observados pelos turistas.
Já com relação à limpeza dos atrativos, 7% dos entrevistados consideraram como Otimo, 63% como Bom e 30% como regular e elogiaram o tabalho de conscientização ambiental que os Governo Federal, Estadual e Municipais têm desenvolvido na região. Muitos dos entrevistados consideram que a qualidade das praias melhorou enormente nos últimos anos, embora alegem ser necessário maior empenho das autoridades pela conservação do rio e das matas.
A avaliação dos turistas com relação à aparência das cidades visitadas (Figura 20) concentrou-se entre as respostas Bom (67%) e Regular (27%). Neste caso, em específico, as queixas sobre o volume de lixo nas ruas foram marcantes, tanto que se pode verificar pela sua avaliação acerca da limpeza urbana nas cidades ribeirinhas, e pela falta de latões de lixo nas ruas das cidades visitadas.
Com relação aos elementos de infra-estrutura urbana nas cidades visistadas, os turistas do Araguaia consideram a iluminação pública como Otima (12%) e Bom (75%), não sentindo necessidade de que se estenda a rede de iluminação pública às praias em que estão acampados.
Por seu lado, os serviços de telefonia são mostrados nas figuras 22 e 22, embora preservem o isolamento do ambiente natural, sentem necessidade de se comunicarem por telefone celular com as cidades, até mesmo em razão de eventuais emergências. Apesar de muitos possuírem antenas externas para celulares, ampliando a área de cobertura, estas dificilmente alcançam as antenas das operadoras de serviço celular.
Os serviços médicos também obtiveram avaliação crítica dos turistas, embora muitos deles mantenham, entre os familiares acampados, profissionais da área médica, consideram que estão desamparados nesta questão e colocarão como Bom (35%), Regular (15%) e Ruim (40%). A segurança pública foi avaliada como Otima (5%), Bom (36%), Regular (23%) e Ruim (36%). Estes consideram que a pequena ocorrência de furtos ou outros delitos nos acampamentos deve-se muito mais ao fato de estarem entre familiares e em grande número do que ao suporte de policiais locais, embora elogiem a presença de bombeiros nas regiões próximas às cidades e de policiais nas áreas urbanas.
Ao avaliar as estruturas turísticas disponibilizadas para os turistas, estes consideram que a hospedagem, em acampamentos, Boa (100%), índices bem próximos aos obtidos pela qualidade da alimentação (33%) Regular e 67% Bom. A hospitalidade da população ribeirinha é bem avaliada enquanto o atendimento obtém 80% de avaliação como Bom e 20% como Regular. Já o fornecimento de informações, com 10% de respostas Regular e 90% como Bom.
Os preços praticados pelo comércio são considerados 70% Regular e 20% Bom. Aparentemente o valor gasto diariamente por pessoa em sua permanência em acampamentos às margens do Rio Araguaia durante as férias de julho é pequeno, mas seu volume cresce enormemente se considerar que os turistas viajam em grupos grandes e permanecem acampados por longo período.


Cocalinho, Aruanã, Itacaiu, Britãnia Bandeirantes, Barra do Rio Claro, Luiz Alves 2004 e 2007


Segundo as pesquisas analisadas e de acordo com as características pessoais referentes ao ano de 2004 e 2007, percebe-se a predominância do sexo masculino na chefia dos acampamentos, a maioria dos entrevistados de Cocalinho, Aruanã, Itacaiu, Britãnia, Bandeirantes, Barra do Rio Claro, Luiz Alves era provenientes de Goiânia e do interior de Goiás, sobre a escolaridade a freqüência foi de pessoas com 2º grau e curso superior completo, quando a idade percebe-se uma predominância entre a 22 a 40 anos.
Em relação a ocupação percebe-se a predominância de profissionais com empregos privados seguidos de servidores públicos. Em relação às características econômicas, o item renda pessoal teve a maioria dos turistas com uma renda entre R$ 1.301,00 a 5.200,00, sendo Aruanã a cidade com a concentração de maior renda elevada do que os entrevistados das outras cidades analisadas.
Sobre as características de viagem, no que se refere aos meios de hospedagem os turistas que freqüentam o vale do Araguaia em sua maioria se hospedam em camping, sendo apenas em Aragarças que sua maioria se hospeda em casa de parentes e amigos.
Sobre o período de visitação, as respostas foram unânimes, sendo que o período das férias teve a maior percentagem. A media de permanecia dos turistas foi de mais de 8 dias.
No que se refere aos meios de transporte, dos turistas viajou de carro. Quanto às características motivacionais a maioria deslocam-se a turismo, os turistas são motivados para ficar mais próximo da natureza, relaxar e descansar, o principal fator de indução da viagem foi através de amigos e parentes.
Quanto às características perceptórias, foram agrupadas em atrativos, facilidades e acessibilidades a serem avaliadas pelos turistas, deste modo e de acordo com as informações, foram consideradas como ótimas, boas, regulares, ruins e péssimas. Quanto ao acesso aos municípios foi considerado bom, quanto à sinalização nas rodovias variou entre bom e regular. E no que tange a limpeza dos atrativos foi considerado em sua maioria boa. Quanto aos serviços médicos hospitalares e de segurança foi classificado como regulares na área da saúde publica já na segurança referente ao Corpo de Bombeiro Militar se classifica como bom. A maioria dos turistas entrevistados não encontrou guia na região.
Nesta publicação estão sendo apresentadas informações que se diferenciam na metodologia utilizada, ocasionando, com isso a dificuldade de se fazer uma serie da evolução do turismo no Estado de Goiás, porém, as pesquisas apresentadas são imprescindíveis, servindo como fonte para implantação e estruturação de um banco de dados.
Objetiva-se com as pesquisas apresentadas estimular a reflexão sobre a importância da uniformidade conceitual entre as instituições de fomento a pesquisa, além disso, disponibilizar parte das pesquisas realizadas a comunidade pode incentivar a produção de trabalhos quantitativos e qualitativo da atividade turística em todo Vale do Rio Araguaia.

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Sugestões para quando você encontrar uma pessoa com deficiência

Faça isso e você verá o quanto é importante e enriquecedor aprendermos a conviver com a diversidade!

Como lidar conosco.

Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do "diferente".
Esse desconforto diminui e pode até mesmo desaparecer quando existem muitas oportunidades de convivência entre pessoas deficientes e não deficientes.
Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você vai estar ignorando uma característica muito importante dela. Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou, que não é real.
Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração. Não subestime as possibilidades, nem super estime as dificuldades e vice-versa.
As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente.
Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas actividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo.
A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder a perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela realiza algumas tarefas. Mas, se você não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer muitas perguntas muito íntimas.
Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes.
Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Sempre espere sua oferta ser aceite, antes de ajudar. Sempre pergunte a forma mais adequada para fazê-lo. Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado. Pois, nem sempre, as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser mais bem desenvolvida sem assistência.


Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos.
Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo.
Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham.

Pessoas cegas ou com deficiência visual

Nem sempre as pessoas cegas ou com deficiência visual precisam de ajuda, mas se encontrar alguma que pareça estar em dificuldades, identifique-se, faça-a perceber que você está falando com ela, para isso pode, por exemplo, tocar-lhe levemente no braço, e ofereça seu auxílio. Nunca ajude sem perguntar antes como deve fazê-lo.
Caso sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado. Ela irá acompanhar o movimento do seu corpo enquanto você vai andando.
É sempre bom você avisar, antecipadamente, a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e obstáculos em geral durante o trajeto.
Num corredor estreito, por onde só é possível passar uma pessoa, coloque o seu braço para trás, de modo que a pessoa cega possa continuar seguindo você.
Para ajudar uma pessoa cega a sentar-se, você deve guiá-la até a cadeira e colocar a mão dela sobre o encosto da cadeira, informando se esta tem braço ou não. Deixe que a pessoa sente-se sozinha.
Ao explicar direções para uma pessoa cega, seja o mais claro e específico possível, de preferência, indique as distâncias em metros ("uns vinte metros a sua frente").
Algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de voz mais alto quando conversam com pessoas cegas. A menos que a pessoa tenha, também, uma deficiência auditiva que justifique isso, não faz nenhum sentido gritar. Fale em tom de voz normal.
Por mais tentador que seja acariciar um cão-guia, lembre-se de que esses cães têm a responsabilidade de guiar um dono que não enxerga. O cão nunca deve ser distraído do seu dever de guia.
As pessoas cegas ou com visão subnormal são como você, só que não enxergam. Trate-as com o mesmo respeito e consideração que você trata todas as pessoas.
No convívio social ou profissional, não exclua as pessoas com deficiência visual das actividades normais. Deixe que elas decidam como podem ou querem participar.
Proporcione às pessoas cegas ou com deficiência visual a mesma chance que você tem de ter sucesso ou de falhar.
Fique a vontade para usar palavras como "veja" e "olhe". As pessoas cegas às usam com naturalidade.
Quando for embora, avise sempre o deficiente visual. Lembre-se que nem sempre um cego é colega de outro cego.

Como apoiar o estudante cego

Os estudantes com deficiência visual não têm a mesma possibilidade que os seus colegas em tirar apontamentos das aulas, recorrendo à gravação. Caso o docente se oponha, deverá fornecer atentamente, ao estudante, elementos referentes ao conteúdo de cada aula.
Nas aulas deverão ser evitados termos como "isto" ou "aquilo", uma vez que não têm significado para um estudante que não vê.
Quando utilizar o quadro, o docente deverá ler o que escreveu para que, ao ouvir a gravação da aula, o estudante tenha a noção do que foi escrito.
Se usar transparências o docente poderá proceder do seguinte modo:
antes do início da aula fornecer ao estudante uma cópia em Braille (ou em caracteres ampliados ou mesmo em suporte digital), e se isso não for possível, fornecer no final uma cópia;

durante a apresentação identificar e ler o conteúdo da transparência.
quando recorrer a quadros, figuras ou slides deverá descrever o seu conteúdo. Alguns estudantes que não nasceram cegos, que ainda conservam algum resíduo visual, têm uma memória residual de objetos, figuras, etc.

Como ajudar uma pessoa surda ou cega?

Pessoas com deficiência física

É importante saber que para uma pessoa sentada é incomodo ficar olhando para cima por muito tempo, portanto, ao conversar por mais tempo que alguns minutos com uma pessoa que usa cadeira de rodas, se for possível, lembre-se de sentar, para que você e ela fiquem com os olhos no mesmo nível.

A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Agarrar ou apoiar-se na cadeira de rodas é como agarrar ou apoiar-se numa pessoa sentada numa cadeira comum. Isso muitas vezes é simpático, se vocês forem amigos, mas não deve ser feito se vocês não se conhecem.
Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissão para a pessoa.
Empurrar uma pessoa em cadeira de rodas não é como empurrar um carrinho de supermercado. Quando estiver empurrando uma pessoa sentada numa cadeira de rodas e parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a pessoa também possa participar da conversa.
Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o com cuidado. Preste atenção para não bater nas pessoas que caminham à frente. Para subir degraus, incline a cadeira para trás para levantar as rodinhas da frente e apoiá-las sobre a elevação. Para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha à ré, sempre apoiando para que a descida seja sem solavancos. Para subir ou descer mais de um degrau em seqüência, será melhor pedir a ajuda de mais uma pessoa.
Se você estiver acompanhando uma pessoa deficiente que anda devagar, com auxílio ou não de aparelhos ou bengalas, procure acompanhar o passo dela.
Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas à pessoa deficiente.
Se achar que ela está em dificuldades, ofereça ajuda e, caso seja aceite, pergunte como deve fazê-lo. As pessoas têm suas técnicas pessoais para subir escadas, por exemplo, e, às vezes, uma tentativa de ajuda inadequada pode até mesmo atrapalhar. Outras vezes, a ajuda é essencial. Pergunte e saberá como agir e não se ofenda se a ajuda for recusada.
Se você presenciar um tombo de uma pessoa com deficiência, ofereça ajuda imediatamente. Mas nunca ajude sem perguntar se e como deve fazê-lo.
Esteja atento para a existência de barreiras arquitetônicas quando for escolher uma casa, restaurante, teatro ou qualquer outro local que queira visitar com uma pessoa com deficiência física.
Pessoas com paralisia cerebral podem ter dificuldades para andar, podem fazer movimentos involuntários com pernas e braços e podem apresentar expressões estranhas no rosto. Não se intimide com isso. São pessoas comuns como você. Geralmente, têm inteligência normal ou, às vezes, até acima da média.
Se a pessoa tiver dificuldade na fala e você não compreender imediatamente o que ela está dizendo, peça para que repita. Pessoas com dificuldades desse tipo não se incomodam de repetir se necessário para que se façam entender.
Não se acanhe em usar palavras como "andar" e "correr". As pessoas com deficiência física empregam naturalmente essas mesmas palavras.

Pessoas com paralisia cerebral

Quando você encontrar um Paralisado Cerebral, lembre-se que ele tem necessidades específicas, por causa de suas diferenças individuais. Para lidar com esta pessoa, temos as seguintes sugestões:
É muito importante respeitar o ritmo do PC, usualmente ele é mais vagaroso no que faz, como andar, falar, pegar as coisas, etc.
Tenha paciência ao ouvi-lo, a maioria tem dificuldade na fala. Há pessoas que confundem esta dificuldade e o ritmo lento com deficiência mental.

Não trate o PC como uma criança ou incapaz.

Lembre-se que o PC não é um portador de doença grave ou contagiosa, a paralisia cerebral é fruto da lesão cerebral, ocasionada antes, durante ou após o nascimento, causando desordem sobre os controles dos músculos do corpo. Portanto, não é doença e tampouco transmissível. É uma situação.

Trate a pessoa com deficiência com a mesma consideração e respeito que você usa com as demais pessoas.

Pessoas surdas ou com deficiência auditiva

Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, outras não.
Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não estiver prestando atenção em você, acene para ela ou toque, levemente, em seu braço.
Quando estiver conversando com uma pessoa surda, fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas não exagere. Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais devagar.
Use um tom normal de voz, a não ser que lhe peçam para falar mais alto. Gritar nunca adianta. Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela.
Faça com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial. Usar bigode também atrapalha.
Quando falar com uma pessoa surda, tente ficar num lugar iluminado. Evite ficar contra a luz (de uma janela, por exemplo), pois isso dificulta ver o seu rosto.
Se você souber alguma linguagem de sinais, tente usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará. De modo geral, suas tentativas serão apreciadas e estimuladas.
Seja expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças subtis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo serão excelentes indicações do que você quer dizer.
Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contacto visual, se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou.
Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita. Geralmente, as pessoas surdas não se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas.

Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O importante é se comunicar. O método não é tão importante.
Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se à pessoa surda, não ao intérprete.
Algumas pessoas mudas preferem a comunicação escrita, algumas usam linguagem em código e outras preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciência e concentração. Talvez você tenha que se encarregar de grande parte da conversa.
Tente lembrar que a comunicação é importante. Você pode ir tentando com perguntas cuja resposta seja sim/não. Se possível ajude a pessoa muda a encontrar a palavra certa, assim ela não precisará de tanto esforço para passar sua mensagem. Mas não fique ansioso, pois isso pode atrapalhar sua conversa.

Pessoas com deficiência mental

Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência mental.
Trate-as com respeito e consideração. Se for uma criança, trate como criança. Se for adolescente, trate-a como adolescente. Se for uma pessoa adulta, trate-a como tal.
Não as ignore. Cumprimente e despeça-se delas normalmente, como faria com qualquer pessoa.
Dê atenção a elas, converse e vai ver como será divertido. Seja natural, diga palavras amistosas.
Não super proteja. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário.
Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficiência mental levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.
Lembre-se: o respeito está em primeiro lugar e só existe quando há troca de idéias, informações e vontades. Por maior que seja a deficiência, lembre-se
da eficiência da pessoa que ali está.
As pessoas com deficiência mental, geralmente, são muito carinhosas.
Deficiência mental não deve ser confundida com doença mental.
Se você chegou até aqui, certamente se importa com o assunto. A maior barreira não é arquitetônica, mas a falta de informação e pré-conceitos.
Assim, compartilhe deste texto com todos de seu relacionamento e peça que eles façam o mesmo.

Referencia Bibliográfica

http://www.prodam.sp.gov.br/acess/
http://www.mbonline.com.br/cedipod/index.htm

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

NAS TRILHAS DE ECOTURISMO: UMA QUESTÃO DE ACESSIBILIDADE, RESPEITO E INCLUSÃO SOCIAL

Cada vez mais, o ecoturismo está crescendo no Brasil e traçando novos rumos na busca do desconhecido e inexplorado. Queremos conhecer novos horizontes e descobrir locais paradisíacos, onde há surpresas a cada instante, o coração palpita e o suspiro infla os pulmões.
Agora, imagine todas essas belezas longe dos olhos daqueles que não têm a oportunidade de deslumbrar uma paisagem, seja ela uma cachoeira ou uma linda orquídea, paradoxalmente a outros favorecidos que tem olhos e ainda assim não enxergam estas belezas.
Muitas pessoas nasceram ou adquiriram deficiência visual durante o transcorrer da vida e necessitam de uma atenção diferenciada neste tipo de atividade ecoturística. Estas pessoas não enxergam as belezas do mundo como estamos acostumados a mostrar a todos, mas sim de uma outra forma, no entanto, elas não devem ser excluídas desta dádiva proporcionada aos seres humanos.
Essas pessoas não enxergam com os olhos, mas podem enxergar com os outros sentidos do corpo: a fala, a audição, o olfato, o tato e o paladar.
Para colocar estas pessoas em igualdade, recorremos a Constituição Federal, que apresenta a educação ambiental como processo entre ser humano e a coletividade gerando valores sociais, conhecimentos, habilidades, iniciativas e competências para a conservação do meio ambiente e para a sustentabilidade do povo.
Deve proporcionar a todos a possibilidade de adquirir os conhecimentos, o sentimento dos valores, as atitudes, o interesse ativo e as atitudes necessárias para proteger e melhorar o meio ambiente. Induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade em seu conjunto a respeito do meio ambiente.
Uma das metas de qualquer produto do ecoturismo é o trabalho de educação ambiental, pois o visitante motiva-se a formar ou ampliar uma consciência ambiental, preocupada com o patrimônio natural e cultural.
É possível então que a chave para uma reviravolta no que estamos fazendo hoje e chamando de ecoturismo seja observar pessoas que não se encaixam no público convencional do segmento ecoturístico. Pode ser então que na busca por respostas seja possível encontrar algumas com os deficiêntes visuais que não enxergam literalmente o produto vendível atualmente pelas agências e operadoras de turismo.
As pessoas deficientes, qualquer que seja a origem, natureza e gravidade de suas deficiências, têm os mesmos direitos fundamentais que seus concidadãos da mesma idade, o que implica, antes de tudo, o direito de desfrutar de uma vida como qualquer outra pessoa.
Por isso, CASCINO(2000) afirma que excluir, segmentar, não incluir nos debates/reflexões algum aspecto da vida das sociedades, das culturas, dos singulares indivíduos em sua estrita correlação com o meio natural, stricto sensu, é incorrer em grave equívoco conceitual.
Desenvolver projetos de ecoturismo para sensibilizar e conscientizar as pessoas é tarefa árdua que deve impreterivelmente englobar todos os possíveis interessados neste contato com a natureza e para isso os educadores e condutores ambientais devem conseguir passar não simplesmente informações ou belezas, mas sim, um sentimento de cidadania universal.
Além do reconhecimento como cidadãos que têm direitos e de sua crescente inserção no mercado de trabalho, as pessoas com deficiência vêm ganhando espaço também como consumidores. Embora o mercado voltado para eles ainda seja restrito, sua expansão vem se dando em ritmo acelerado.
A inclusão no mercado de trabalho e de consumo é parte de um resgate maior: o da cidadania. As pessoas com deficiência passam a ter, além das suas necessidades especiais, desejos, vontades, necessidades de consumo que, quando confinadas em casa, não existiam. Mais do que isso, descobrem que muitas atividades que realizavam isoladamente podem ser feitas em grupo. É o caso das que compram pacotes turísticos de agências que desenvolvem projetos específicos para atender pessoas com deficiência, incluindo-as em atividades de mergulho, trilhas, exploração de cavernas, rafting e outras modalidades ecoturísticas.
Mesmo com a disponibilização cada vez maior de possibilidades, o deficiente ainda enfrenta diversos problemas, entre eles o preconceito.
Na maioria das vezes as pessoas tentam achar várias possibilidades para justificar os problemas observados ao se encontrarem com um deficiente, que neste estudo são os deficientes visuais. Seja no clube, no estádio de futebol, no shopping, na rua ou até mesmo numa trilha no meio do mato. Será que eles conseguirão terminar o que começaram, como eles chegaram até aqui, é justo esperar por eles para continuar meu passeio, devo perguntar o que aconteceu ou se ele precisa de ajuda?
Essa e muitas outras perguntas vêem a tona, pois muitos não estão preparados para conviver com pessoas com algum tipo de dificuldade. Enquanto que para alguns é uma forma de integração entre os seres humanos, para outros é um momento de estranheza, repussa, incomodo e até mesmo de preconceito.
Não é surpreendente observar pessoas dizendo-se incomodadas e duvidando da capacidade destes indivíduos em permanecer e terminar o percurso de uma trilha de ecoturismo.
Nossa sociedade valoriza certas características em relação ao modo que vivemos e nos portamos. É fácil perceber que somos diferentes uns dos outros, mas algumas diferenças são mais “percebidas” pelas pessoas.
Para FREIRE(1996) faz parte igualmente do pensar certo a rejeição mais decidida a qualquer forma de discriminação. A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia.
A dificuldade começa com a idéia de se encontrar inserido no ambiente natural, seja ele uma trilha, uma cachoeira, uma caverna ou uma praia. As pessoas já começam achando enormes dificuldades antes de iniciarem a atividade. Pode ser por isso que reagem de maneiras negativas ao encontrar-se com outras pessoas que adquiriram necessidades maiores para alcançar o mesmo objetivo final.
Aquela idéia de natureza perfeita, harmoniosa, perde um pouco do seu encanto ao deixar que os seres humanos se encontrem em situações tão diferentes tentando viver em harmonia. As reações poderão ser de curiosidade, dó, tristeza, incomodo, solidariedade, revolta, orgulho ou até mesmo insensibilidade.
Muitos serão aqueles que se mostrarão solidários e que querem ajudar. Outros mostrarão sentimentos de pena e não devem ser julgados por isso. Não é fácil lidar com os sentimentos do ser humano, mas é possível modificá-los através de mobilização, conscientização e solidariedade. O importante é estar preparado para estes momentos de desconforto, tanto por parte dos Portadores de necessidades especiais, quanto por parte dos outros visitantes.
Muitas vezes o contato sincero pode alcançar resultados que não imaginamos ser possível neste tipo de local. Atitudes como tratamento entre os cegos e videntes como iguais, sem generalizar os aspectos positivos ou negativos dos mesmos.
O cego não é surdo, portanto um bate papo não precisa ser aos berros, nem modifique palavras como ver ou enxergar acreditando que os cegos se sentirão excluídos. Para um deficiente, palavras de dó e piedade ou exclamações de surpresa por estarem fazendo ações simples como ver as horas não ajudam em nada, apenas atrapalham.
Muitas outras ações simples podem ser citadas como exemplo para que a convivência entre todos os ecoturistas aconteça da melhor forma possível.
Para isso, é preciso conhecer as dificuldades dos deficientes visuais e daqueles que estarão trabalhando na condução destes grupos, descobrir como eles deverão interagir, suas dificuldades e as condições de proteção e segurança.
Afinal, as belezas naturais do Brasil pertencem a todos nós, sem nenhuma exclusão ou preconceito.


Escrito por: Sávio Vieira Ramos turismólogo e pós graduado em gestão de turismo ambiental e cultural.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Constituição: República Federativa do Brasil/Brasília, 1988.
CASCINO, Fábio. Educação ambiental: princípios, história e formação de professores. 2ª.ed. – São Paulo: SENAC, 2000
FREIRE, Paulo. A pedagogia da autonomia. São Paulo, Paz e Terra, 1997.
MILLER, Nancy B. Ninguém é perfeito. Tradução Lúcia Helena Reily.—Campinas, SP: Papirus,1995. Série Educação Especial.